Viva a ciência! Um grupo de cientistas inventou um “curativo inteligente” que, além de monitorar o que o corpo precisa, ajuda a cicatrizar feridas crônicas mais rapidamente. O curativo não é invasivo e pode ser monitorado à distância, se necessário. O procedimento foi pensado, por exemplo, para pacientes diabéticos que têm difícil cicatrização.
“As feridas crônicas que não cicatrizam são uma das principais complicações clínicas de rápido crescimento em todo o mundo”, escreveram os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, na revista Science Advances.
O “curativo inteligente” foi o nome dado para um protótipo de sistema bioeletrônico que irá monitorar o estado da ferida e fazer o tratamento dela a partir de métodos não invasivos. Ou seja, o aparelho poderá curar os machucados com facilidade!
Sendo dividido em duas partes, o dispositivo possui uma placa de circuito flexível reutilizável e um adesivo descartável. Esse adesivo contém biossensores, eletrodos e hidrogéis com medicamentos que ficarão em contato com a ferida.
Dessa forma, os biossensores da ferramenta irão monitorar as características da ferida, como a temperatura, pH e níveis de glicose, ácido úrico e lactato. Os cientistas do Caltech explicam que esses fatores são importantes de serem analisados para saber se há infecção no local e qual o nível de inflamação.
À distância
Uma das novidades desse curativo é que o tratamento poderá ser realizado a distância! Isto é, o médico poderá analisar as condições da ferida do paciente e mandar que o aparelho faça o trabalho sozinho. Através de estímulos elétricos, a novidade poderá acelerar a cicatrização do machucado, o que é visto como um método eficaz por muitos especialistas. Além disso, o curativo irá liberar anti-inflamatórios e medicamentos por si só! “Todos os sinais podem ser enviados sem fio de um computador ou celular”, disse o pesquisador Wei Gao, co-autor do estudo.
Novidade a caminho
Realizando testes em ratos e camundongos, a equipe de pesquisadores da Caltech se prepara para dar o próximo passo: testar o curativo em feridas humanas. Com resultados positivos, o equipamento se mostrou eficaz em detectar aspectos como a temperatura, nível de glicose no sangue e pH da ferida nos animais. Depois dos testes, as cobaias apresentaram uma taxa de feridas fechadas maior que o normal.
Acessível, os custos de produção da parte eletrônica reutilizável do “curativo inteligente” seriam de apenas dezenas de dólares, e menos ainda para o adesivo descartável, segundo os pesquisadores. Dessa forma, como pensado pelos cientistas, o curativo poderia ser usado por até duas semanas. Imagina só quantas pessoas seriam curadas mais rapidamente, que incrível!
Por Newton Assis
Com informações da Caltech