O retorno de Donald Trump e os novos desafios para o mundo e a esquerda em 2025

Em janeiro de 2025, Donald Trump voltou à Casa Branca, desta vez para um segundo mandato que promete trazer desafios ainda mais profundos para a política global e para a esquerda mundial. Após uma campanha marcada por discursos polarizadores e pela retomada de temas de seu primeiro governo, Trump retorna ao poder em um cenário internacional fragmentado, com questões urgentes como mudanças climáticas, conflitos geopolíticos e o fortalecimento de movimentos autoritários.
Um mundo em crise
A reeleição de Trump reflete um momento global de intensificação do populismo de direita e do nacionalismo. Sua volta ao cargo ocorre em um contexto de instabilidade econômica, crescente desigualdade e crises humanitárias agravadas por guerras e eventos climáticos extremos.
Com o lema “America First” renovado, Trump retoma políticas protecionistas e reforça sua postura de rejeição a compromissos multilaterais, como o Acordo de Paris e tratados comerciais globais. Além disso, sua retórica anti-imigração, o fortalecimento da militarização das fronteiras e o ceticismo em relação a pautas ambientais colocam em xeque avanços conquistados nos últimos anos.
“Trump simboliza uma rejeição ao modelo liberal global que dominou a política mundial desde o fim da Guerra Fria. Sua liderança representa um retrocesso em pautas centrais como cooperação internacional e direitos humanos”, afirma a cientista política Clara Mendes.
Desafios para a esquerda mundial
O retorno de Trump também escancara os desafios enfrentados pela esquerda no cenário global. Em muitas partes do mundo, os partidos progressistas têm encontrado dificuldades para oferecer respostas às demandas da classe trabalhadora, especialmente em um contexto de automação crescente e perda de empregos industriais.
Nos Estados Unidos, Trump conseguiu, mais uma vez, conquistar o apoio de setores historicamente democratas, prometendo recuperar empregos e “restaurar a grandeza americana”. Sua habilidade em mobilizar sentimentos de ressentimento e frustração em amplas camadas da população expôs a dificuldade da esquerda em se reconectar com essas bases.
“A esquerda precisa urgentemente reformular sua mensagem, aproximar-se das comunidades locais e apresentar alternativas concretas ao populismo de direita. Não basta ser contra Trump, é necessário construir um projeto que dialogue diretamente com os anseios da população”, destaca o sociólogo norte-americano Peter Caldwell.
O futuro da pauta climática e os retrocessos sociais
Um dos maiores desafios da gestão Trump em 2025 é a questão climática. Sua postura de ceticismo em relação às mudanças climáticas e o estímulo à exploração de combustíveis fósseis contrastam com a urgência apontada por cientistas e organizações internacionais para conter os impactos ambientais.
Além disso, políticas de exclusão, como o endurecimento das leis de imigração e a redução de direitos sociais, voltam a ocupar o centro do debate, ampliando divisões sociais e gerando críticas de organizações de direitos humanos.
Perspectivas para a esquerda em 2025
Com o retorno de Trump, a esquerda global enfrenta o desafio de consolidar uma narrativa capaz de inspirar confiança e mobilização. Movimentos progressistas precisarão reforçar sua presença junto às populações mais afetadas pelas desigualdades, como trabalhadores precarizados, comunidades marginalizadas e jovens preocupados com o futuro do planeta.
“Estamos vivendo um momento de redefinição política global. O trumpismo não é apenas um fenômeno americano, mas parte de um movimento mais amplo que desafia a democracia e os direitos humanos. A esquerda precisa se unir e apresentar uma visão de mundo que resgate a esperança e a solidariedade”, afirma Mendes.
Enquanto Trump inicia seu segundo mandato, o mundo observa com atenção os impactos de suas políticas e os desdobramentos de um cenário político cada vez mais polarizado. Para a esquerda, 2025 será um ano crucial para redefinir estratégias e reafirmar o compromisso com a construção de um futuro mais justo e sustentável.