Laboratório industrial de cannabis medicinal inaugurado na PB aumenta produção em 10 vezes
Um laboratório industrial de cannabis medicinal foi inaugurado na sede da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), em João Pessoa, na quarta-feira (31). A Abrace, uma organização sem fins lucrativos, é autorizada a cultivar maconha para fins especificamente medicinais desde maio de 2017. Com o novo laboratório, que o g1 foi conhecer, a expectativa da direção é de que a produção aumente de 5 mil frascos de óleo de cannabis por mês para 5 mil frascos por dia.
De acordo com Cassiano Gomes, fundador e diretor executivo da Abrace Esperança, o óleo de canabidiol medicinal produzido pelo laboratório industrial da Abrace é usado para auxiliar no combate de doenças neurológicas.
A Abrace começou na casa de Cassiano, em 2014, quando o diretor começou a produção, com autorização da Justiça, para tratar a própria mãe. “A partir daí iniciei o processo de ajudar outras pessoas e chegou a um ponto onde já não cabia mais na minha casa. Em 2021, nossas atividades foram paradas por força da Justiça, e fizemos um acordo de que iríamos construir um laboratório novo, com padrão Anvisa, e tudo isso foi feito em cerca de quatro anos”, disse Cassiano.
Através do novo laboratório, a Abrace espera também aumentar o número de pacientes atendidos. “Hoje temos 50 mil pacientes atendidos com esse óleo e, com esse laboratório, podemos chegar a atender 500 mil pacientes”, completou.
Como funciona o laboratório de cannabis medicinal?
O processo de produção da cannabis medicinal começa com o cultivo da Cannabis sativa, planta da qual são extraídos o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). A Abrace possui um terreno, em Campina Grande, onde as plantas são cultivadas, com supervisão de agrônomos.
Na fábrica, que funciona na sede da Abrace, no Centro da capital paraibana, o extrato da cannabis passa por um controle de qualidade feito por testes, que vão avaliar as características e a composição química do produto. “Esse extrato fica em quarentena até que o resultado da avaliação fique pronto. Ele estando OK e aprovado, vai seguir para diluição em óleo vegetal e então se inicia o processo de envase”, disse Umberto.
A maior parte do processo, que era feito de forma manual no laboratório antigo, agora é feito de forma semiautomática. Um funcionário do laboratório inspeciona os frascos, coloca na máquina, que preenche com o óleo automaticamente. Outra profissional coloca as tampas e a máquina lacra o frasco já com o produto pronto.
“Quando ele sai da máquina, outra equipe faz um segundo processo de avaliação de qualidade dos frascos envasados para só então eles serem rotulados, com auxílio de outra máquina, embalados manualmente, loteados, e só então estarem prontos para serem entregues aos pacientes”, completou Umberto.
Por: Diogo Almeida, Mabel Pontes, g1 PB