As obras de construção de uma praça, da nova infraestrutura de iluminação pública e de calçamento da principal rua da Aldeia São Miguel, em Baía da Traição, estão em fase de conclusão e, até o final deste mês, será anunciada a programação do evento que marcará a inauguração dos desses novos equipamentos. A informação é do vereador Ronaldo do Mel (sem partido e prestes a se filiar ao MDB), liderança indígena na região e atual vice-presidente da Câmara Municipal de Baía da Traição (CMBT). “É a primeira rua de uma aldeia indígena na Paraíba a receber calçamento”, ressalta o vereador.

“São benefícios de extrema importância para os moradores locais. Por isso estamos preparando um dia de movimentação para marcar a inauguração, com uma programação completa, inclusive com ações sociais e nas áreas da saúde e da cidadania proporcionadas pela Prefeitura de Baía da Traição e em parceria com algumas secretarias do governo do estado. Estamos conversando sobre isso”, adianta Ronaldo do Mel, autor das proposituras para o calçamento e a construção da praça, no centro da Aldeia São Miguel.

Ressaltando que tem trabalhado em conjunto com o Poder Executivo e com outras lideranças indígenas, Ronaldo do Mel destaca: “Não podemos deixar de enaltecer o apoio irrestrito que tenho recebido do prefeito Serginho Lima (Euclides Costa Sérgio de Lima Júnior, do União Brasil) para que possamos realizar nosso trabalho. E sempre é bom lembrar que ninguém faz nada sozinho. Aqui na Aldeia São Miguel tenho recebido o total apoio e ajuda do cacique Pedro para os nossos trabalhos. Ele tem me apoiado desde o pleito de 2020”.

O calçamento em paralelepípedo de quase um quilômetro da principal via da Aldeia São Miguel, a chamada Rua da Caixa D’Água, e a primeira praça urbanizada da comunidade indígena, com espaço para caminhada, recreação (brinquedos) e equipamentos para exercícios físicos, vai beneficiar diretamente cerca de 1,6 mil pessoas. “Por isso a necessidade de uma grande programação para marcar a inauguração”, justifica Ronaldo, lembrando que, há cerca de um ano e meio, por meio de sua ação parlamentar, a comunidade já havia conseguido a construção do prédio do Programa de Saúde da Família (PSF).

Atualmente, a Paraíba registra cerca de 20 mil pessoas residindo e distribuídas em 32 aldeias nas cidades de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação, num território total de 33.757 hectares. O número de famílias é de 6.771 que residem em 32 aldeias nas terras indígenas dos Potiguara, que estão constituídas em três Terras Indígenas (TIs) contíguas: a TI Potiguara, a TI Jacaré de São Domingos e a TI Potiguara de Monte Mór.

Das 32 aldeias existentes, 13 estão em Baía da Traição. O município abriga a maioria das aldeias indígenas que integram a Terra Indígena Potiguara (TIP). Essas aldeias estão sob a jurisdição da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão federal criado pela Lei 5.371, de 5 de dezembro de 1967, em substituição ao antigo Serviço de Proteção ao Índio.

A Terra Indígena Potiguara em Baia da Traição está distribuída pelas povoações de AKajutibiró, Cumaru, Forte, Galego, Santa Rita, Laranjeiras, Silva, Bento, Tracoeira, Vila São Francisco, Lagoa do Mato, Vila São Miguel e na cidade da Baia da Traição.

Com cerca de 90% do seu território dentro de reservas indígenas dos potiguaras, o município de Baía da Traição, com aproximadamente nove mil habitantes, está localizado no litoral norte da Paraíba e integra a Região Metropolitana do Vale do Mamanguape. A cidade está distante a 92 quilômetros da capital paraibana, João Pessoa.

A Semana – Foto: Eduardo Santos

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